
E nada mais
há a perder,
a não ser
aquilo que
de forma egoísta
insistimos em guardar,
solitariamente,
no fundo do bolso
ou na penumbra
de nossas alcovas.
Perder a vida,
o amor,
o tempo,
a alegria
e até
as lágrimas
que há muito secaram.
Perder aquilo
que nem sequer sabíamos
se era nosso,
ou se foi apenas
uma fantasia,
uma peça pregada,
pelo riso da vida,
pelo escárnio
da dor.
Mas no fundo
da alma,
machucada,
solitária e doída,
uma pequena fagulha
que não quer perder,
se mantem acesa,
aquecendo
aquilo que o coração
julgou um dia ter.
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