quarta-feira, 20 de maio de 2015

O Homem que chorava elefantes





Era uma vez
um homem que chorava elefantes...
Aos borbotões? Quereria você dizer?
Não!
Chorava elefantes.
Será que é difícil entender
que chorar elefantes
é diferente de chorar aos borbotões?
Era uma vez
um homem que chorava elefantes.

domingo, 14 de outubro de 2012

Palavra (Para Bia Bedran)



A palavra lavra!
lavra a terra
do sonhar,
lavra para a semente
que insistes em semear,
plantar nas almas
para ver brotar
sonhos encantados
cantados,
contados,
magicamente
transformados
em
Era uma vez...

segunda-feira, 1 de outubro de 2012

Deficiências



Torna-se cego
aquele que, mesmo vendo,
insiste em não enxergar.
Torna-se tetraplégico
aquele que, diante do problema,
não age,
prefere a imobilidade
à ação reparadora.
Torna-se surdo,
aquele que, mesmo escutando
repetidamente o som
das mesmas palavras,
prefere fingir
que não é com ele.
Torna-se mudo,
aquele que guarda,
em seu egoísmo,
a palavra verdadeira
que pode modificar
a ação vivida.
Enfim...
Torna-se deficiente,
aquele que,
mesmo tendo recebido tudo,
prefere o nada,
o vazio de sua existência,
focado em seu ser,
esquecendo que,
deficientes são aqueles
que não exercitam
a verdadeira força do amor.

terça-feira, 18 de setembro de 2012

"Cansadidades"


Estou cansado
de tanta
coisa terminada em “ade”!
Superficialidade,
falsidade,
mediocridade,
crueldade,
desumanidade,
dificuldade,
desmoralidade,
dubiedade
e principalmente,
a falta de reciprocidade,
daqueles que esquecem
que na vida o importante
é viver e amar
com verdade!

Pra onde caminha a humanidade?

domingo, 9 de setembro de 2012

A Fraqueza do Homem Forte do Circo


O homem forte do circo
tirou sua capa de músculos
ao sair do picadeiro.
Não restou nada,
só restou  pele e osso...
magro, pequeno
raquítico, sensível...
E com medo da barata
que se escondia
embaixo de sua cama,
no trailer onde ele dormia.


sexta-feira, 27 de julho de 2012

Silêncio



E os lábios se fecham...












...


















... apenas o silêncio.

quarta-feira, 13 de junho de 2012

Erros e Esquecimentos


Muitas vezes me esqueci
de mim,
de quantas coisas
deixei de fazer
por pensar em você...
por esquecer
de me cuidar,
de muitos dos meus sonhos,
pensando em você,
nos seus passos,
nas suas dores
e nas suas birras
teimosas,
que insistem
em bater no muro
que se estabelece
à sua frente,
fazendo sombra
mas ao mesmo tempo
protegendo-te
do mundo afora.
Se erro,
erro em busca de acertos,
na tentativa de poupar-te
de novas dores
que insistes e precisas viver.
Erros antigos,
na tentativa de erros novos...
Sigas em frente!
Preciso que sigas,
ainda que minhas dores
venham consumir-me,
tornar-me mais solitário,
tristonho,
ainda que com isso,
eu aprenda
que a vida de alguns
é diferente da de outros,
e que amar,
ainda que distante,
se estabelece nos
laços verdadeiros
de quem insiste,
ainda que muitos
digam em teus ouvidos,
(siga tu em frente!),
em buscar-te
para passos longos
ao meu lado.

domingo, 3 de junho de 2012

Dâmocles



Mais um dia
que chega ao fim...
dia findado
e eu, como Dâmocles!
Sinto a ponta da espada
pendurada sobre minha cabeça,
suspensa e segura
por um único fio de cabelo.
Fio de cabelo
que a cada dia se enfraquece,
angustiando-me,
pela espera do que está por vir,
do que está para acontecer.
Conversas inacabadas,
palavras mal ditas,
infindas e não terminadas
que,
ao invés de fortalecerem
o fio que sustenta a espada,
parecem enfraquecê-lo ainda mais.
Como Dâmocles,
sentado, sob a espada,
corrói-me a angústia,
a espera
do que virá,
daquilo que está falado,
avisado, escrito talvez,
mas que mesmo assim,
insiste em não ser feito,
ouvido, seguido,
pois a espada,
que assusta,
que intimida,
só se encontra sobre
uma única cabeça...
a de Dâmocles.

quinta-feira, 26 de abril de 2012

Envelhecendo


Estamos envelhecendo...
O tempo passado,
as muitas coisas não vividas
estão ficando para trás
e não poderemos vivê-las
em outro tempo.
A areia da ampulheta
que insiste em cair,
marcando nossas vidas,
como o tempo
que se esvai por entre
dedos que não mais
se entrelaçam.
O rosto perdendo o viço,
estampando a chegada da idade,
que com cremes,
insistimos em esconder.
Cabelos embranquecendo,
denunciando o passar dos anos,
escondidos com tinturas,
que não escondem a verdade...
a verdade de que
estamos envelhecendo!
o tempo passando
e a vida ficando para trás,
junto com momentos,
oportunidades fugidias
que a vida e o tempo
não trarão mais.

quarta-feira, 25 de abril de 2012

Palavras Vazias


Nem uma linha
mais te escrevo,
uma vez que as palavras
ali contidas,
de tão vazias não atendem
mais os seus desejos.
De tão vazias
não despertam mais
o seu interesse...
E se palavras vazias,
em linhas vazias,
não conseguem
te fazer entender...
Por que escrevê-las novamente?
Perder tempo ou tinta
para palavras
que de tão vazias,
nem fazem eco em seus ouvidos?