
ainda que na metrópole empoeirada
cinzenta dos motores
vejo um campo de trigo dourado.
Olhando pela janela,
o ouro do trigo me traz as lembranças
da raposa que me cativou,
que me ensinou tanto,
a quem ensinei,
e que sofreu ao me ver partir
ou me fez sofrer por sua partida.
As lágrimas que brotaram de nossos olhos,
regaram o trigal, dando-lhe força e viço,
fazendo dourar ainda mais
a imagem de nossas lembranças;
se parti e fiz chorar quem me cativou,
chorei pela sua partida também,
imaginando que só prejuízos nos deixamos.
Mas por causa do trigo,
aprendemos que os ganhos
foram maiores que as perdas.
Tudo por causa do trigo,
do trigo dourado
que de minha janela observo,
lançar-se de um lado para o outro
na brisa leve e perfumada
que sopra, trazendo-me o perfume dos trigais.
Por que mentes?
Dirão alguns...
Não há trigo para ser visto
de sua janela!
A estes que não vêem o trigo
direi com ares de poeta e louco
que não há mentiras,
o trigo está lá para ser visto
pois assim como
o verdadeiro amor,
o essencial é invisível aos olhos,
pois só se vê bem
com os olhos do coração.
Ótimo texto!!!!
ResponderExcluirComo todos os outros, mas este tem um "quê" de especial,pois assim como o verdadeiro amor,o essencial é invisível aos olhos...
Que alegria seria o dia em todos ao olhar por suas janelas pudessem enxergar campos de trigo dourados que o fizessem lembrar de alguém, que fizessem enxergar com os olhos do coração...
LINDO... simplesmente encantador...!! Parabéns por escrever tão bem...!!
ResponderExcluirFoi por esse 'poema' que me encantei na semearte desse ano (2010), e por ele descobri um blog com maravilhosos textos...!!
Um Abraço cheio de admiração pelas poucas porém belíssimas "coisas" que o vi apresentar na semearte!!!
Com carinho... "A garota do Pequeno Príncipe" - Mariane Dallapé